Em três anos, o Brasil conseguiu resgatar 6.761 pessoas em condições análogas à escravidão, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego. Em 2023, o país bateu o recorde de casos, com 3.240 trabalhadores retirados dessa situação, número um pouco maior que 2022, quando foram contabilizados 2.587 casos. Ainda de acordo com a pasta, até agosto deste ano foram 934 resgates, sendo um dos casos o de uma idosa de 94 anos.
O trabalho em que se configura condição análoga à de escravo é caracterizado como aquele em que a pessoa está submetida a jornadas exaustivas, condições degradantes de trabalho, trabalhos forçados ou à servidão por dívidas. O crime é punível com reclusão de dois a oito anos e multa, além da pena correspondente à violência.
Segundo o chefe de Divisão de Repressão ao Trabalho Forçado da Polícia Federal, Henrique Oliveira Santos, apenas neste ano 482 inquéritos policiais foram abertos em todo o Brasil para investigar esse crime. Minas Gerais lidera com 86 inquéritos, seguido por São Paulo (66) e Pará (47).
TRABALHO ESCRAVO EM AMBIENTES DOMÉSTICOS
Em uma das operações neste ano, uma idosa de 94 anos foi resgatada de uma casa que trabalhou por 64 anos sem salário e estudo. Em outro caso, uma empregada doméstica, de 52 anos, foi retirada de um orfanato aos 11 anos, com tutela provisória concedida à família, mas que nunca foi transformada em definitiva.
Iasmim Albuquerque, Portal R7