Os dados mais recentes do emprego e do PIB do Brasil trouxeram dúvidas aos economistas sobre os rumos do mercado de trabalho no país. De um lado, há indícios de estabilização, ainda que em um patamar elevado. De outro, o desempenho surpreendente do PIB no segundo trimestre deixou analistas mais inseguros a respeito da tese de uma desaceleração muito pronunciada no segundo semestre.
A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,8% no trimestre encerrado em julho, o dado mais recente divulgado pelo IBGE para a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). Essa foi a menor taxa para o trimestre na série histórica. Ao mesmo tempo, houve abertura líquida de 188.021 vagas com carteira assinada em julho, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, resultado que ficou acima da expectativa mediana de 183.100 vagas captada pelo Valor Data.
Desde janeiro de 2022, o diferencial de emprego vem caindo, indicando que as pessoas estão considerando cada vez mais fácil encontrar vaga, e a taxa de desocupação também vem recuando.Pelos dados mais recentes compilados pelo Santander, em julho de 2024, o diferencial de emprego chegou a 48,6%, o mínimo desde 2015. A taxa de desemprego deve continuar nessa tendência de queda até o primeiro trimestre do ano que vem.
Anaïs Fernandes e Marta Watanabe, Valor Econômico