Embora o mercado de trabalho siga renovando recordes de pessoas ocupadas, o País ainda tinha 23,3% das famílias sobrevivendo sem qualquer renda do mercado de trabalho no segundo trimestre deste ano. Os dados são de um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
A fatia de domicílios sem renda do trabalho atualmente é mais elevada do que no pré-pandemia, mas houve melhora em relação ao primeiro trimestre deste ano, quando 23,9% dos lares não possuíam ganhos provenientes de um emprego. No primeiro trimestre de 2020, no pré-covid, essa proporção de família sem renda do trabalho era mais baixa, 22,7%, alcançando no trimestre seguinte um ápice da série histórica: 28,7% das famílias brasileiras ficaram sem qualquer rendimento do trabalho no segundo trimestre de 2020, devido ao choque inicial provocado pela crise de covid-19 no País.
O estudo tem como base as informações coletadas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na passagem do primeiro trimestre de 2024 para o segundo trimestre deste ano, houve redução também na proporção de domicílios enquadrados nas faixas de renda mais elevadas. No grupo considerado de renda alta, a fatia de famílias desceu de 2,7% no primeiro trimestre para 2,3% no segundo trimestre deste ano, por exemplo. Os grupos com aumento na fatia de domicílios foram os de renda muito baixa (de 25,3% para 26,6%), renda baixa (de 11,7% para 11,9%) e renda média-baixa (de 15,3% para 16,3%).
Segundo o Ipea, embora a renda individual mantenha a trajetória de crescimento em relação ao mesmo período do ano anterior, houve uma queda da média de pessoas ocupadas por domicílio no primeiro semestre de 2024.
O Estado de São Paulo