O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta quarta-feira que “determinou” à Polícia Federal a abertura de um inquérito sobre a infiltração do crime organizado no setor de combustíveis.
Segundo o ministro, há atualmente mais de mil postos do setor e usinas de etanol na mão de facções criminosas. A declaração foi dada na primeira reunião do Núcleo Estratégico de Combate ao Crime Organizado ocorrida no Palácio da Justiça, em Brasília, que contou com autoridades da pasta, Polícia Federal, Receita Federal, Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e ministério de Minas e Energia.
A entrada do crime no setor de combustíveis foi o primeiro abordado no encontro promovido pelo governo federal. O segmento sempre foi visto como atrativo pelo crime organizado em razão do grande número de pagamentos em dinheiro vivo e sem nota fiscal, que facilitam esquemas de lavagem de dinheiro.
Segundo o ministro, além da lavagem de dinheiro, as facções utilizam os postos de combustíveis para “sonegar bilhões em impostos”, formar carteis e adulterar combustíveis. Isso tem “causado prejuízos” e prejudicado a competitividade do setor.
O número de quase mil postos e quatro usinas de etanol na mão de facções foi relatado ao ministro por autoridades do governo de São Paulo.
Eduardo Gonçalves, O Globo