Terminou na sexta, 21 de junho de 2019, a 108ª Conferência da OIT (Organização Internacional do Trabalho) em Genebra, Suíça, evento que reuniu representantes de governos, empresários e trabalhadores de todo o mundo.
Com início em 10 de junho, a Conferência teve expressiva participação da comitiva brasileira e coordenação de Miguel Torres, presidente da Força Sindical, nos trabalhos e posições dos dirigentes sindicais brasileiros em defesa dos interesses da classe trabalhadora, por melhorias nas relações e nos ambientes de trabalho.
Como delegado da equipe brasileira, Miguel Torres fez um histórico discurso na abertura oficial do evento (de forma crítica aos ataques globais aos direitos dos trabalhadores e, de forma específica ao Brasil, à falta de diálogo por parte do governo e de parcelas do empresariado nacional e às medidas antissociais, antissindicais e anti-trabalhistas que estão sendo adotadas), os sindicalistas brasileiros mantiveram diversos encontros com dirigentes de outros países e avançamos na organização do próximo encontro do BRICS Sindical (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a ser realizado em Brasília, em setembro.
Um avanço importante foi a aprovação em plenário, nesta sexta, da Convenção 190 que visa proteger as mulheres e outros grupos vulneráveis contra a violência e o assédio no mundo do trabalho. “No marco das novas normas, se reconhece o direito de todas as pessoas terem ambientes de trabalho isentos de violência e assédio”, saúda Guy Ryder, diretor geral da OIT.
Vale lembrar que este é o ano de celebração do centenário da OIT.
Motivos para celebrar? Sim. Mas o Brasil sai da Conferência com a marca de ser um dos 10 piores países do mundo para os trabalhadores e para o movimento sindical, em razão dos retrocessos trabalhistas, práticas antissindicais e perseguição a dirigentes sindicais, inclusive com mortes.
“Nosso País continua na lista suja da OIT, por descumprir normas internacionais e muito em função da recente reforma trabalhista do governo Temer, que precarizou as relações de trabalho, trouxe muita insegurança e não gerou os empregos de qualidade baseados no trabalho decente. Nossos desafios são enormes, tanto para evitar mais retrocessos na questão trabalhista, quanto para impedir que a reforma da Previdência do atual governo seja aprovada e destrua as aposentadorias e a Seguridade Social e gere mais problemas sociais e aumento da pobreza e da miséria”, finaliza Miguel Torres, que além de presidente da Força Sindical também preside a CNTM e o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes.
*Via Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM).