Pressionados pela inflação em ano eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro Paulo Guedes (Economia) pediram nesta quinta-feira (9) para empresários do setor de supermercados segurarem os preços da cesta básica.
O pleito foi apresentado durante evento da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), do qual ambos participaram virtualmente.
“O apelo que eu faço para os senhores, para toda a cadeia produtiva, é para que os produtos da cesta básica obtenham o menor lucro possível, para a gente poder dar satisfação a parte considerável da população, em especial os mais humildes”, afirmou Bolsonaro.
O chefe do Executivo ainda disse que “em momentos difíceis, entendo que todos nós temos de colaborar”.
“Sei que a margem de lucro tem cada vez diminuído mais. Vocês já têm colaborado nesse sentido, mas colaborem um pouco mais na margem de lucros dos produtos da cesta básica”, disse. “Se for atendido, agradeço muito; se não for, é porque não é possível”, afirmou.
“Temos fé em Deus que essa crise dos dois países [Rússia e Ucrânia] terá seu ponto final brevemente, assim como o vírus, que, ao que tudo indica, já teve o seu ponto final”, concluiu.
Já Guedes reforçou o apelo ao pedir uma trégua nos valores. “Agora é hora de dar um freio nessa alta de preços, é voluntário, é pelo bem do Brasil”, afirmou o ministro.
“Da mesma forma que os governadores têm de colocar a mão no bolso e ajudar o Brasil, o empresariado brasileiro tem de entender o seguinte: devagar agora um pouco, pois temos de quebrar essa cadeia inflacionária”, disse Guedes.
Cézar Feitoza e Nathalia Garcia Folha de São Paulo