A defasagem da tabela do Imposto de Renda, que já chega a 144% no acumulado desde 1996, faz com que pessoas que seriam isentas do tributo tenham que contribuir todo ano. Ou seja, o limite passaria dos atuais R$ 1.903,98 para R$ 4.647,96.
Para se ter uma ideia, no próximo ano, apenas 8 milhões de pessoas terão direito à isenção, segundo levantamento da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco Nacional).
Conforme os cálculos da associação, se a tabela de correção fosse reajustada o número de isentos saltaria dos atuais 6,6 milhões para mais 16,5 milhões de isentos, o que daria um total 24,5 milhões de pessoas que não precisariam pagar o IR.
O cálculo da associação foi feito a partir do índice de inflação de setembro, com uma taxa anual de 7,17%, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Unafisco levou em consideração o salário da população que aumentou com os reajustes pela inflação. Quem era isento, em 1996, passou a pagar o tributo. Outros que pagavam alíquotas menores do imposto pagam um percentual maior agora.
Martha Imenes, Extra