O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou em reunião com líderes partidários que, se o governo Lula quiser, ele colocará a correção da faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para ser votada ainda neste ano.
A correção da tabela do IRPF para cinco salários mínimos (hoje, o correspondente a R$ 6.060) é uma das promessas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e também do presidente Jair Bolsonaro, candidato derrotado nas eleições deste ano. Atualmente, o limite está em R$ 1,9 mil. Este valor não é corrigido desde 2015 no governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Como mostrou o Estadão, se a tabela não for corrigida, quem recebe 1,5 salário mínimo vai passar a pagar IR no ano que vem.
Aliados de Lira estão conversando com representantes da campanha vitoriosa sobre essa possibilidade, segundo apurou o Estadão. A reunião de Lira com os líderes onde foi feita a sinalização aconteceu na segunda-feira à noite. Projeto do deputado Danilo Forte (União-CE), apresentado em agosto, prevê a correção da faixa para quatro salários mínimos, mas trata só desse assunto.
A proposta de Forte não mexe em outros pontos da tributação do Imposto de Renda, como o projeto aprovado pela Câmara com ampla maioria que prevê a volta da taxação de lucros e dividendos para acionistas de empresas. Esse projeto teve apoio de Lira para ser aprovado com ampla maioria, mas ficou na geladeira no Senado.
Adriana Fernandes, O Estado de São Paulo