Eleito presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em primeiro turno neste domingo ao conquistar o apoio de 30 países que representam 80% dos votos da instituição, o economista Ilan Goldfajn, primeiro brasileiro a ocupar o cargo, ele afirma que suas prioridades, como combate à pobreza, desenvolvimento econômico e ações contra o aquecimento global, estão alinhadas às prioridades do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Após um ruído — quando o ex-ministro Guido Mantega, então na equipe de transição do petista, chegou a tentar adiar a escolha do nome que vai comandar a instituição pelos próximos cinco anos, sem sucesso –, sinais de aliados de Lula de que o presidente eleito do Brasil não tinha objeções ao economista foram fundamentais para que Ilan fosse eleito em primeiro turno. O ex-presidente do Banco Central no governo de Michel Temer (MDB) foi indicado como candidato do Brasil pelo atual governo de Jair Bolsonaro (PL).
Ele destaca que há afinidades em seu projeto e o do PT. “É um prazer avançar com a minha plataforma, que coincide muito com a do governo eleito do Brasil”, afirma ele, que defende o combate à fome e um crescimento sustentável e inclusivo.
Ilan assumirá o cargo em 19 de dezembro, um dia após o fim da Copa do Mundo. Assumir o banco depois da queda de um presidente — o americano Mauricio Claver – Carone foi afastado após denúncias de conduta indevida com uma subordinada –, não será uma tarefa simples. Ilan afirma que terá que resgatar o protagonismo do BID e o orgulho de seus funcionários.
Henrique Gomes Batista, O Globo
Alexa Salomão, Folha de São Paulo