Brasil segue prejudicado por omissão do governo Bolsonaro com Covid, diz presidente do Conass

Presidente do Conass, conselho que reúne os secretários estaduais de Saúde, Nésio Fernandes afirma que o país segue sendo prejudicado por “omissão e respostas lentas” do governo Jair Bolsonaro (PL) em relação à Covid-19, que apresenta novo pico no Brasil.

“Não é aceitável que a gente tenha tantos casos. Não podemos tomar como parâmetro de risco as primeiras ondas. Se fizermos isso, vamos naturalizar 100 óbitos por dia para uma doença que já tem vacina”, afirma.

Fernandes, que é secretário estadual de Saúde no Espírito Santo, lista o que vê como um combo de falhas atuais do Ministério da Saúde: incorporação tímida de medicamentos eficazes (Paxlovid, Baracetinibe), abandono da divulgação da vacinação e falta de doses, e silêncio a respeito de medidas restritivas.

O secretário diz que o Ministério da Saúde, comandado por Marcelo Queiroga, não pode ter o papel de somente emitir notas técnicas, deixando novamente estados e municípios à frente da estratégia de enfrentamento.

Ele aponta que a aplicação de vacinas caiu drasticamente neste ano. Em 2021, 340,5 milhões de doses foram aplicadas. Em 2022, apenas 149,7 milhões. Segundo Fernandes, isso se deve, entre outros fatores, à omissão do governo federal no incentivo à vacinação e na propagação de mensagens contra os imunizantes por lideranças como o próprio Bolsonaro.
Guilherme Seto, Folha de São Paulo