Estudo inédito divulgado nesta quinta-feira (8) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou que a população em situação de rua no Brasil cresceu 38% entre 2019 e 2022. Ao todo, são 281.472 pessoas sem-teto, que foram afetadas diretamente pela pandemia de Covid-19.
Em uma década, de 2012 a 2022, o crescimento de pessoas em situação de rua foi de 211%. A expansão foi muito superior à da população brasileira, que aumentou apenas 11% entre 2011 e 2021, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A pesquisa avalia que o Brasil ainda precisa evoluir para uma contagem censitária mais precisa e efetiva dos sem-teto. Segundo o pesquisador do Ipea Marco Antônio Carvalho Natalino, autor do estudo, em 2010, essa população foi incluída no Cadastro Único e, em 2011, passou a ter direito de acesso aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) mesmo sem comprovante de residência. Já em 2012, foi regulamentado o funcionamento dos Consultórios na Rua (CnR). No entanto, a manutenção dos dados ainda é imprecisa e dificulta a criação de políticas públicas.
O Globo