Na entrada do Palácio do Planalto, o táxi estacionou, desci e me dirigi a guarita de segurança. As portas estavam abertas, tudo liberado. Os funcionários muito educados nos orientavam. Nós, trabalhadores, ficamos em uma fila para o credenciamento, que ainda não havia começado.
Enquanto aguardava, encontrei amigos, companheiros e companheiras de longa data e relembramos as nossas lutas e histórias. Com a abertura do credenciamento, pude observar o quanto resistimos. Eram mais de 500 dirigentes sindicais, representantes de todas as categorias de trabalhadores do Brasil, no Palácio do Planalto.
No segundo andar, tivemos a oportunidade de vislumbrar a casa do povo brasileiro. Foram oferecidos lanches, água e café a vontade. Me senti em casa, com a minha família de lutas. Fui convidado para me sentar numa área reservada aos dirigentes, digamos mais próximos do presidente. Nesta hora percebi o nível de consideração e respeito e senti o peso da responsabilidade do cargo.
O nosso encontro começa com a chegada do presidente Lula. Os presidentes das centrais discursaram de forma equilibrada, mas contundente. Eles apresentaram propostas para reduzir as desigualdades sociais no país. Em seu discurso, Lula falou à classe operária. Neste momento, percebi que o Brasil tem um presidente que se preocupa e cuida do povo. É igual a todos nós. A sua linguagem é simples, direta e humana.
O ponto alto da reunião foi a criação de grupos de trabalhos para defender os direitos das minorias. O novo governo quer criar uma estrutura sindical, com algumas alterações na atual legislação para fortalecer os sindicatos, as negociações coletivas e o salário mínimo. O presidente Lula destacou a importância dos sindicatos na sustentação da democracia em todo o mundo civilizado. O presidente pediu a colaboração de todos os sindicalistas para construir uma nova relação da sociedade com o capital, trabalho e consumo.
Ao final, saímos extasiados e tranquilos. Tive a impressão de que as pessoas estavam mais leves, alegres, esperançosas e confiantes. Vivemos um Novo Tempo, como disse Lula. Uma nova sociedade desponta com companheirismo, fraternidade e civilidade.
Eusébio Pinto Neto,
Presidente do SINPOSPETRO-RJ