Uma equipe de profissionais da Força Nacional do SUS embarcou na tarde desta segunda-feira (23) para Roraima, com a missão de reforçar o atendimento a indígenas com problemas de desnutrição e doenças em território yanomami.
Segundo o Ministério da Saúde, 12 pessoas viajaram para a capital Boa Vista. Elas prestarão serviços na Casa de Saúde Indígena (Casai) e no hospital de campanha que está sendo preparado pelo Exército.
Na sexta-feira, o ministério decretou estado de emergência para combater a falta de assistência sanitária que atinge os yanomamis.
No sábado (21), acompanhado de ministros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou unidades de saúde indígena na capital Boa Vista, o que deu visibilidade à crise de saúde no território, agravada pela presença ilegal de 20 mil garimpeiros na reserva.
De acordo com o MPF, 52% das crianças yanomamis estão desnutridas. Nas comunidades mais isoladas, o índice chega a 80%. Esses indicadores são piores do que os registrados em países do sul da Ásia e da África Subsaariana, onde estão os países com mais desnutrição infantil, conforme a recomendação do MPF.
O quadro crítico é notado também com a malária. Foram 44 mil casos da doença em menos de dois anos, e o cenário é de que toda a população yanomami, de 28 mil indígenas, foi infectada, com descontrole do surto, como descreve o MPF na recomendação em novembro de 2021.
A falta de assistência chegou ao ponto de a PF (Polícia Federal) e o MPF (Ministério Público Federal) fazerem uma operação em novembro para combater suposto desvio de recursos públicos destinados à compra de medicamentos para os yanomamis.
Folha de São Paulo
Foto Divulgação Ministério da Saúde