A mudança de governo alçou os trabalhadores brasileiros ao protagonismo do país. Em um mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que sempre defendeu os direitos dos trabalhadores, reestruturou as relações com o movimento sindical.
Estamos vivendo uma Nova Era, por isso, não podemos desperdiçar a oportunidade de resgatar os nossos direitos, ceifados pelas reformas trabalhistas dos governos Temer e Bolsonaro. Reformas que foram feitas para privilegiar a elite econômica. A mesma elite que se rebela ao afirmar que o governo Lula quer tirar dos mais ricos para doar aos pobres. A classe operária precisa definir de que lado quer ficar: da exploração ou da alienação.
Nos últimos cinco anos, nós, frentistas, tivemos nossos empregos ameaçados e vários direitos retirados. Exercemos uma profissão de alto risco e, mesmo assim, não temos o nosso trabalho valorizado. O governo Bolsonaro revogou pontos de várias Normas Regulamentadoras, que garantem a nossa segurança e saúde no ambiente de trabalho.
Parlamentares, mancomunados com as multinacionais do petróleo, quase derrubaram a Lei 9.956/2000, que proíbe bombas de autosserviço em postos de combustíveis de todo o país. A proposta não foi adiante porque os sindicatos e a federação da categoria denunciaram à mídia e à sociedade, o projeto que levaria à demissão de 500 mil frentistas.
Neste ano, os frentistas do Rio de Janeiro terão pela frente o desafio de construir uma Convenção Coletiva com mais direitos sociais, proteção para os trabalhadores e melhorias nas condições de trabalho. O governo Lula abriu o caminho para criar uma relação entre capital-trabalho e não podemos desperdiçar esse momento. Apesar de todas as alterações na legislação, os trabalhadores só avançam nas conquistas, através da negociação dos sindicatos de classe com os patrões. Numa negociação direta entre patrão e empregado, quem terá mais poder, preparo emocional e técnica para debater direitos?
Por isso, é preciso que o trabalhador tenha consciência de que participar da organização sindical significa defender os seus direitos. Quanto mais organizada a categoria, mais combativo e fortalecido é o sindicato. Estamos em campanha salarial no Município do Rio de Janeiro. É hora de definirmos o que queremos para fortalecer a nossa luta e reduzir as desigualdades sociais.
Por Eusébio Pinto Neto