A escalada do preço levou o consumo brasileiro de botijões de gás de até 13 quilos, mais usados em residências, a fechar 2022 no pior patamar em dez anos, segundo levantamento feito pelo OSP (Observatório Social do Petróleo).
O consumo per capita, de 43,25 metros cúbicos para cada mil habitantes foi o pior desde que os dados passaram a ser compilados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), em 2001.
O setor defende maior rigor na aplicação do vale-gás, benefício concedido pelo governo para a compra de botijões por famílias de baixa renda e que hoje não é carimbado para a aquisição do produto, ou seja, as famílias podem usar o dinheiro para outras finalidades. O benefício é pago a cada dois meses, no mesmo dia do pagamento do Auxílio Brasil, que passará a se chamar Bolsa Família.
Em 2022, o botijão de 13 quilos foi vendido, em média, a R$ 109,86, o maior valor desde o início da divulgação dos dados pela ANP, mesmo considerando a inflação.
O consumo de botijões manteve-se praticamente estável entre 2007 e 2017, começando a cair em 2018 —com exceção de 2020, quando as vendas cresceram 5,1% impulsionadas pelo isolamento social.
Nicola Pamplona, Folha de São Paulo