O colapso envolvendo dois bancos de investimento nos Estados Unidos e a segunda maior instituição financeira da Suíça, na semana passada, ligou o alerta na economia brasileira. Devido à crise e o seu impacto na concessão de créditos, os Estados Unidos, maior potência do mundo, já cogitam baixar as taxas de juros para estancar a instabilidade no mercado. A taxa norte-americana saltou de quase zero para 4,5% em um ano.
No Brasil, a classe operária e toda a sociedade também sofrem com a alta das taxas de juros. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central volta a se reunir, nesta semana, para discutir a taxa básica de juros, que hoje está em 13,75%. O Brasil entrega aos especuladores do mercado financeiro a maior rentabilidade do mundo. O México vem em segundo lugar, mas oferece apenas a metade desta rentabilidade.
As taxas de juros estratosférica inviabilizam o crescimento. A alta impede que agentes econômicos invistam no país, e abre espaço para os especuladores do mercado, que ganham dinheiro sem gerar produção e emprego. Os produtos ficam caros devido ao crédito e como o trabalhador não tem como pagar à vista, vira refém dos juros do cartão, de mais de 400% ao ano. O número de brasileiros endividados passa de 70 milhões.
As taxas de juros asfixiam toda a sociedade. A principal bandeira de luta do movimento sindical é a mudança na política econômica do Banco Central, que impõe uma taxa alta com a desculpa de controlar a inflação. O Banco Central é independente — não pode sofrer qualquer interferência do governo eleito pelo povo — mas é totalmente dependente dos abutres do mercado. Apenas a grande mídia e os economistas a serviço do mercado financeiro defendem a alta da taxa básica de juros no Brasil.
Se a taxa da Selic não fosse tão alta, a economia poderia crescer. Com a geração de empregos e o crescimento do consumo, o governo arrecadaria mais impostos e, assim, haveria um equilíbrio das contas públicas.
O consumo está baixo porque temos mais de 9 milhões de desempregados, 30 milhões de trabalhadores informais, 33 milhões de pessoas passando fome e mais de 300 mil brasileiros morando nas ruas.
O Banco Central não pensa no país, mas na saúde do sistema bancário e dos privilegiados. É um absurdo! Vamos nos levantar contra isso. Chega de fazer papel de palhaço!
Temos que lutar para baixar os juros e substituir o presidente do Banco Central, o bolsonarista Roberto Campos Neto. Amanhã, representantes da Força Sindical, CTB, UGT, CUT, CSB, NCST, CSP Conlutas, Intersindical e os movimentos Povo Sem Medo e Frente Brasil Popular irão às ruas em todo o país para protestar contra os juros altos. O Banco Central é do povo brasileiro. Os juros altos implicam em toda a cadeia produtiva, principalmente no emprego e consumo. Vamos à luta companheiros!
Eusébio Pinto Neto,
Presidente do SINPOSPETRO-RJ