O tempo é o único fator que nos permite mostrar o que precisamos levar adiante. O Brasil passou por anos difíceis, de retrocessos sociais, políticos e, sobretudo, de perdas com a morte de mais de 700 mil pessoas pela covid. Lutamos e vencemos a intolerância e a ignorância.
Tive a oportunidade de estar do lado certo da história e, hoje, posso testemunhar as mudanças pelas quais o país passa. Aqueles que não se acovardaram e enfrentaram o fascismo de frente, agora têm a oportunidade de interpretar de forma correta o momento histórico que atravessamos e começamos a construir. Uma nova perspectiva surge.
Em cinco meses de governo Lula, já vimos uma mudança significativa em todos os aspectos, seja por meio de uma política inclusiva, da distribuição de renda e da participação dos atores que fomentaram e lutaram pela redemocratização do país. A resistência dos movimentos populares, da classe trabalhadora, dos sindicatos e das associações garantiu a reintegração do poder ao povo brasileiro. Hoje, temos voz, somos ouvidos e atendidos em nossas reivindicações, isso só é possível porque elegemos um líder democrático que promove o diálogo.
Retornamos ao cenário internacional, não deixando mais lacunas na agenda da geopolítica. A 111ª Conferência Internacional do Trabalho será aberta hoje, em Genebra, na Suíça. A iniciativa é coordenada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), órgão do sistema da Organização das Nações Unidas (ONU). O Brasil estará presente com uma grande delegação, que terá a expressiva representação dos trabalhadores, que participarão dos debates a partir da próxima sexta-feira.
Os frentistas do Brasil estarão no evento. São os trabalhadores de postos de combustíveis demostrando a sua força e o seu valor. Como presidente da Federação Nacional dos Frentistas, fui indicado pela Força Sindical para representar não somente a nossa categoria, mas também a classe operária. É um grande compromisso para a nossa categoria participar do principal evento que regulamenta as questões trabalhistas em escala global e promove o trabalho decente. A conquista é de todos que acreditam em um projeto de nação com mais igualdade e justiça para o povo brasileiro.
Em março, tive a honra de representar a classe trabalhadora no Labour20, em Amritsar, na Índia, que contou com a presença de dirigentes sindicais, acadêmicos e autoridades de vários países que fazem parte do G20. No evento, grandioso pela diversidade cultural, tive a oportunidade de conhecer e trocar experiências com representantes dos frentistas de outros países.
O Brasil volta ao centro do mundo. Todo esse aprendizado será muito útil para preparar o encontro do G20 — grupo formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia — que será realizado em 2024, na capital do Rio de Janeiro. Estamos ajudando a escrever a história do país.
Eusébio Pinto Neto,
Presidente do SINPOSPETRO-RJ e da Federação Nacional dos Frentistas