A modernização tecnológica levou as empresas do setor financeiro a enxugarem radicalmente suas estruturas nos últimos anos. Entre janeiro de 2014 e fevereiro de 2023, as instituições fecharam 5.716 agências bancárias e eliminaram 70.445 postos de trabalho, segundo dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
A digitalização do setor deu aos clientes mais facilidade para operações como abertura e fechamento de conta, consulta de saldo, realização de transferências (pix, TED ou DOC) e investimentos, como fundos, CDBs ou Tesouro Direto. Ou seja, o autoatendimento nos aplicativos de celular assumiu as funções dos bancários ou mesmo dos caixas eletrônicos.
Hoje, calcula-se que o País tenha mais de um smartphone por habitante, o que facilita a popularização dos aplicativos para fazer operações financeiras.
Esse movimento ficou mais intenso com a pandemia e o isolamento social. Sem poder sair de casa e ir às agências, boa parte da população foi obrigada a se digitalizar. Mesmo pessoas avessas às operações online tiveram de se render aos aplicativos para pagar suas contas. Essa onda acabou tendo reflexos na mão de obra do setor.
Lucas Agrela, O Estado de São Paulo