O número de trabalhadores resgatados em condição análoga à escravidão este ano já é o maior para o primeiro semestre em 12 anos, considerando os dados até o último dia 14 de junho.
Segundo levantamento do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foram 1.464 pessoas encontradas. É quase o dobro dos registros dos seis primeiros meses de 2022, quando o total ficou em 771 trabalhadores.
Especialistas estimam que a contagem completa do primeiro semestre de 2023 deve ultrapassar o maior patamar anterior, registrado em 2011, quando 1.464 pessoas foram encontradas em situação de trabalho degradante.
O chefe da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae), Maurício Krepsky, afirma que, em comum, os maiores resgates do ano aconteceram em setores intensivos em mão de obra e envolveram empresas terceirizadas.
Os maiores casos do ano têm envolvimento com terceirização, lícita ou ilícita. A existência de uma empresa intermediária entre o tomador da mão de obra e os trabalhadores acarretou nas condições análogas à escravidão — diz Krepsky.
Ana Flávia Pilar, O Globo