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Avanço da automação e terceirização reduzem filiação a sindicatos

  • Postado por: Estefania de Castro
  • Categoria: Sem categoria

Dados saídos do forno do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam para a menor taxa de sindicalização da história do país. Hoje, das 99,6 milhões de pessoas com alguma ocupação, somente 9,2% estão filiadas a uma entidade de representação profissional. Nos últimos dez anos, os sindicatos perderam mais de 5 milhões de associados.

O recuo nem de longe pode ser considerado uma “jabuticaba”, quer dizer, uma exclusividade do Brasil. Para compreender a curva em queda, é preciso levar em conta fatores econômicos globais de longa data, como a perda de importância das indústrias e o avanço da automação e da terceirização. Mas também é necessário atentar para decisões políticas, tomadas por governos mundo afora no sentido de esvaziar o poder de barganha das organizações de trabalhadores.

Sindicatos mais fracos, exploração da mão de obra
Desde a crise global de 2008, mais de 111 países passaram por reformas legislativas no sentido de afrouxar a proteção trabalhista e dificultar a representação sindical, segundo um estudo da OIT (Organização Internacional do Trabalho). No Brasil, por exemplo, essa mudança ocorreu em 2017 e resultou, dentre outras coisas, na extinção do chamado “imposto sindical obrigatório”.

O exemplo dos Estados Unidos, maior economia do mundo, talvez seja o mais emblemático da tendência. Desde 1980, a metade mais pobre da população norte-americana teve um incremento de apenas US$ 200 em sua renda média anual.
Já o grupo do 1% mais rico viu seus rendimentos simplesmente triplicarem.
Carlos Juliano Barros, UOL