A sonegação e a inadimplência no setor de combustíveis devem ultrapassar, entre janeiro e outubro, a marca dos R$ 11 bilhões. O valor deve ser menor do que o de 2020, quando as perdas ficaram em R$ 14,1 bilhões em todo o ano. O levantamento é feito pelo “sonegômetro” do Instituto Combustível Legal (ICL), ferramenta periódica que se baseia em dados do setor coletados pela Fundação Getulio Vargas (FGV-energia).
Os principais sonegadores e inadimplentes do setor são importadoras, refinarias e batedeiras (depósitos nos quais são misturados combustíveis sem o padrão de conformidade) clandestinas, distribuidoras com empresas de barrigas de aluguel, usinas que fazem vendas fictícias e empresas que conseguem benefícios fiscais indevidos.
O ICL defende a aprovação do PLP 164/2022, que caracteriza e tipifica a figura do devedor contumaz. O texto do projeto de lei cria punições mais eficazes para reduzir a sonegação e inadimplência de empresários e empresas que deixam de recolher tributos, e que somam, somente de taxas estaduais inscritas em dívidas ativas, mais de R$ 100 bilhões.
Cristiane Barbieri, O Estado de São Paulo