O volume de energia elétrica furtada no Brasil bateu recorde no ano passado e ultrapassou a geração da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, a segunda maior do país.
Os “gatos”, como são conhecidas as chamadas “perdas não técnicas”, superaram a geração física média da usina localizada no Rio Xingu.
Ou seja, se fossem uma usina de produção de energia elétrica, os “gatos” seriam a segunda maior do Brasil. Os dados são de um levantamento da Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica), feito com base em informações da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
O furto de energia acontece quando é feita uma ligação clandestina para desviar a energia elétrica sem que seja preciso pagar as concessionárias pelo serviço.
O Amazonas é o estado com o maior número de perdas não técnicas. Lá, a energia furtada supera a energia cobrada na conta de luz e representa 117,8% do total fornecido. É o Sudeste, porém, que mais pesa sobre o sistema elétrico, puxado pelo Rio de Janeiro (11,27 milhões de MWh furtados em 2023) e, depois, por São Paulo (6,98 milhões de MWh).
Tamara Nassif, Folha de São Paulo