A redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6×1 foi a principal, mas não a única, bandeira levantada pelas centrais sindicais nas manifestações do Dia do Trabalho.
Nas manifestações em São Paulo, estiveram presentes, os ministros Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência) e Cida Gonçalves (Mulheres). O discurso unânime foi da mudança na jornada de trabalho.
“A jornada 6×1 é a mais cruel, especialmente para as mulheres. Pensar numa solução é importante, muito importante, importante que as centrais [sindicais façam] esse exercício de unidade para dialogar com o Congresso, convencer os parlamentares brasileiros. Isso é bom para o Brasil, é bom para os trabalhadores, mas é bom para as empresas”, disse Marinho, sobre a escala 6×1.
Enquanto a PEC (proposta de emenda à Constituição) da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) propõe limitar a jornada de trabalho a 36 horas semanais, Marinho defendeu uma redução gradual.
O VAT é responsável por uma mobilização pela mudança no regime de seis dias de trabalho e um de descanso por semana.
“A gente lutou muito para isso, sempre quis o apoio do governo. Avalio que [o governo] precisa aprofundar mais, mas o presidente sinalizou de forma positiva que vai abraçar essa luta”, disse o fundador do movimento VAT (Vida Além do Trabalho) e vereador do Rio, Rick Azevedo (PSOL), antes de participar de ato no Rio de Janeiro.
Levantamento feito por pesquisadoras do Instituto de Economia da Unicamp aponta que a redução da jornada beneficia diretamente 37% dos trabalhadores, todos esses com carteira assinada, e pode afetar indiretamente as condições de trabalho de mais 38% da população ocupada, grupo formado por informais com jornada superior a 36 horas semanais.
Folha de São Paulo