As mulheres são 1,79 vezes mais propensas que os homens a utilizar medicamentos voltados à saúde mental dentro dos benefícios corporativos. É o que mostra um levantamento da Vidalink, empresa de planos de bem-estar corporativo do Brasil, obtido com exclusividade pelo Valor.
Segundo o estudo, 11,72% das trabalhadoras com acesso ao plano de medicamentos adquiriram antidepressivos ou ansiolíticos em 2023 e 2024, frente a 6,54% dos homens.
A análise, que tem como base 58.949 funcionários de 165 empresas, registrou o consumo geral de 273.626 unidades de medicamentos para tratamento de ansiedade e depressão de janeiro a dezembro no último ano. Os dados fazem parte do monitoramento do plano de medicamentos subsidiado pelas companhias, que cobre de 50% a 100% do custo dos tratamentos para os trabalhadores.
Para Luis González, CEO e cofundador da Vidalink, esses dados refletem “a pressão desproporcional que recai sobre as mulheres, que acumulam funções no trabalho, em casa e na família”. “Essa dupla ou até mesmo tripla jornada de trabalho gera impactos diretos na saúde mental”, diz.
Ainda de acordo com o levantamento, em 2024, o consumo de medicamentos voltados à saúde mental cresceu 2,8% – se comparado a 2023. O consumo de antidepressivos, em particular, aumentou 2,1%. Por outro lado, os ansiolíticos apresentaram uma queda de 4,2%.
Adriana Fonseca, Valor Econômico