A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a abertura de processo para investigar práticas anticoncorrencias nos preços dos combustíveis. Segundo a AGU, há indícios que os distribuidores e revendedores não estariam repassando ao consumidor as reduções de preços nas refinarias da gasolina, do óleo diesel e do gás de cozinha (GLP).
Documentos analisados pela AGU apontam que os elos de distribuição e de revenda de gasolina, óleo diesel e GLP, considerado todo o território nacional, não estavam corringindo os preços de forma proporcional aos reajustes realizados pelas refinarias, prejudicando os consumidores.
Entre julho de 2024 e junho de 2025, observando os reajustes de preços efetuados pela Petrobras em suas refinarias, foram identificados sete reajustes nos preços de gasolina, óleo diesel e GLP, sendo três de aumento de preços e quatro de redução de preços.
Segundo a AGU, nota informativa do Ministério de Minas e Energia afirma que os distribuidores e revendedores repassaram integralmente o valor reajustado e, em geral, em uma proporção maior do que o valor reajustado pela refinaria, em detrimento dos consumidores.
Nos casos em que o reajuste da refinaria representou redução dos preços, os distribuidores e revendedores reduziram seus preços em valores inferiores à redução praticada pela refinaria, dando aos distribuidores e revendedores uma renda adicional, absorvida em suas margens, em prejuízo dos consumidores.
Geralda Doca, O Globo