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Defasagem da gasolina ameaça consumo de etanol, diz Abicom

  • Postado por: Estefania de Castro
  • Categoria: Sem categoria

A defasagem do preço da gasolina no mercado brasileiro já ameaça o consumo de etanol, avalia o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustível (Abicom), Sérgio Araújo, mas não há nenhuma expectativa de reajuste pela Petrobras antes da Assembleia Geral de Ordinária (AGO), prevista para 27 de abril. A reunião vai mudar os membros do Conselho de Administração da estatal, ainda comandado por indicados pelo governo Bolsonaro.

Já o diesel, segundo a Abicom, está alinhado com o preço de importação e tem garantido negócios, segundo Araújo, principalmente com o diesel russo. A Petrobras reajustou o diesel há 19 dias e mantém o preço da gasolina congelado há 41 dias. Já a Acelen, controladora da Refinaria de Mataripe, na Bahia, privatizada no ano passado, faz reajustes semanais e, na última quarta-feira, reduziu a gasolina em R$ 0,18 o litro e o diesel em R$ 0,007 o litro.

De acordo com a Abicom, o preço médio da gasolina no Brasil está 7% abaixo da paridade de importação (PPI), chegando a 9% no polo de Araucária (PR) e 6% em Aratu (BA). Para atingir a paridade, a Petrobras poderia aumentar a gasolina em R$ 0,25 por litro no mercado interno.

Segundo Araújo, o que vai acontecer com a política de preços da estatal após a AGO ainda é um mistério, e a interferência do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, na semana passada, não ajudou no debate sobre o assunto. Silveira afirmou na quarta-feira, 5, que os preços da estatal não seriam mais atrelados ao mercado internacional, mas a um preço “interno” dos combustíveis. A teoria segue a determinação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, de “abrasileirar” os preços da estatal.
Denise Luna, O Estado de São Paulo