Ao desembarcar hoje na China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará também um aceno ao futuro. Os mais de 20 acordos que devem ser firmados durante a passagem do petista pelo gigante asiático abrem as portas para uma troca ainda mais intensa entre chineses e brasileiros, contribuindo para consolidar um movimento que não diz respeito apenas ao Brasil, mas a toda a América Latina, onde a China vem ganhando espaço aceleradamente desde o início do século.
Lula tinha motivos para querer visitar o presidente Xi Jinping ainda nos primeiros cem dias de governo, planos que esbarraram na leve pneumonia que adiou a viagem prevista para março. Pequim é não só o maior credor soberano, mas também o segundo maior parceiro comercial da América Latina. Quando se leva em conta só a América do Sul, a dianteira já é do país de Xi.
Os investimentos estrangeiros diretos chineses (IED) nas nações latino-americanos têm ficado acima de US$ 4,5 bilhões anuais desde 2016, segundo uma análise do centro de pesquisa Atlantic Council. Só em 2022 foram entre US$ 7 bilhões e US$ 10 bilhões, contra os US$ 8,4 bilhões para a União Europeia e os US$ 4,7 bilhões para os EUA.
Ana Rosa Alves