Quase metade dos motoristas e entregadores de aplicativos como iFood, Rappi, Uber e 99 do Brasil com outra fonte de renda têm um vínculo empregatício de carteira assinada. Esse é o cenário de metade dos entregadores que têm outro trabalho, que representa 48% dessa grupo de trabalhadores, e de 40% dos motoristas com outro vínculo, que chega a 37% de quem dirige em aplicativos.
É o que mostra a pesquisa Mobilidade urbana e logística de entregas, que traça um perfil dos mais de 1,66 milhão de trabalhadores que operam em serviços de entrega e transporte por aplicativo. Os dados foram reunidos em pesquisa inédita realizada pela Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec) com o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), divulgada nesta quarta-feira (dia 12).
Com tempo médio de trabalho entre 22 e 31 horas semanais, no caso dos motoristas por aplicativo, e entre 13 e 17 horas, no caso dos entregadores, a pesquisa mostra que o rendimento médio pela modalidade de trabalho é superior ao que os trabalhadores conseguiriam em uma jornada integral, levando em consideração o perfil socioeducacional dos funcionários.
Os valores consideram uma jornada de trabalho de 40 horas semanais de motoristas. Nesse cenário, há estimativa de ganho médio de R$ 30 por hora, contra R$ 22 de ganhos em caso de jornada semanal de 20 horas. Já para entregadores, a média é de R$ 19 de ganhos líquidos por hora em regime de 8 horas diárias
Julia Noia, Extra