A queda do desemprego ao menor nível desde 2014 e o volume recorde de profissionais ocupados no Brasil têm sido determinante para a evolução do salário dos brasileiros.
O desemprego no Brasil recuou a 7,1% no trimestre finalizado em maio. A menor taxa para o período desde 2014 vem acompanhada pelo aumento do salário médio da população para R$ 3.281, maior valor desde outubro de 2021 (R$ 3.194), mostram dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Contribui para o cenário o número recorde de pessoas ocupadas (101,3 milhões). Já no modelo dos trabalhos, o total de profissionais com carteira assinada alcançou 38,3 milhões e também figura no maior patamar da série, iniciada em 2012. O vínculo formal tende a oferecer remunerações mais altas do que as pagas aos trabalhadores sem carteira e por conta própria.
Dados do governo evidenciam evolução dos salários nas contratações. Segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgado pelo Ministério do Trabalho, o salário médio de admissão bateu o maior valor da série histórica, iniciada em 2020, no mês de abril (R$ 2.135,94) e recuou 0,15%, para R$ 2.132,64, no mês seguinte.
REAJUSTES
Resultado das últimas negociações salariais confirmam bom momento. Aliado com o cenário de inflação controlada, 85,2% dos 4.027 acordos já firmados em 2024 resultaram em ganhos reais (acima da inflação) aos trabalhadores, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Com 86,4% dos reajustes acima do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), a indústria e os serviços guiam o resultado.
Alexandre Novais, UOL