As centrais sindicais Força Sindical, UGT, CTB, CSB e NCST elaboraram nota em que criticam a possibilidade estudada pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento de promover mudanças no desenho do seguro-desemprego. O texto não foi assinado pela CUT, que é mais próxima do presidente Lula (PT), um de seus fundadores.
Uma das propostas estudadas pelo governo é a que prevê o abatimento da multa do FGTS que o trabalhador recebe ao ser demitido do valor do seguro-desemprego, como mostrou a Folha.
Com esse mecanismo, a área econômica considera que é possível diminuir o valor total do benefício e o número de parcelas do seguro a ser pago. Quanto mais alta a multa, menor seria o valor do seguro-desemprego a ser pago pelo governo.
A nota das centrais também critica possíveis alterações nas regras do BPC (Benefício por Prestação Continuada).
Os sindicalistas criticam o governo por não terem sido chamadas a opinar sobre o tema e afirmam considerar um equívoco que a correção do mau uso de recursos públicos “se dê por meio de ações que penalizem todos os trabalhadores, restringindo ou retirando direitos já conquistados.”
Eles ainda cobram “sensibilidade social” de Lula e afirmam que “as propostas dos ministérios de Fernando Haddad e Simone Tebet assentam-se na falácia neoliberal que privilegia o mercado financeiro em detrimento do desenvolvimento social e inclusivo. É uma visão que considera ‘gasto’ investimentos importantes para o povo brasileiro.”
Fábio Zanini, Folha de São Paulo