Reflexo de um mercado de trabalho aquecido, a falta de mão de obra qualificada no país tem desafiado diferentes setores a buscarem alternativas para manter e aumentar a produção.
Em setembro, o Brasil abriu 247.818 vagas formais, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, com saldo positivo em todos os estados.
O cadastro considera apenas vagas formais e mostra que o setor de serviços liderou essa abertura de oportunidades, com 128,4 mil postos, seguido pela indústria (59,8 mil), comércio (44,6 mil) e construção (17 mil). A agropecuária perdeu 2.000 postos.
Mas agora, assim como na década passada, a construção civil é um dos primeiros a sentir os efeitos da falta de trabalhadores capacitados, e a série histórica de uma sondagem feita com empresas pelo FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) ajuda a dimensionar o problema.
Em setembro deste ano, 29,4% dos empresários da construção apontaram a escassez de mão de obra qualificada como fator que limita o desenvolvimento de negócios —é o patamar mais alto desde o fim de 2014.
Douglas Gavras, Folha de São Paulo