Em uma cerimônia híbrida, com a participação presencial e online de dirigentes dos frentistas de todo o país, Eusébio Pinto Neto, presidente do SINPOSPETRO-RJ, foi empossado na Federação Nacional dos Frentistas (Fenepospetro) nesta segunda-feira, 9. Ele assumiu o terceiro mandato como presidente da Federação com o compromisso de lutar para reduzir a jornada de trabalho e aumentar a participação das mulheres nos sindicatos da categoria.
Eusébio Neto afirmou que irá lutar para garantir que todas as mulheres da categoria tenham direito a dois domingos de folga por mês.
“As mulheres têm um papel fundamental na sociedade, exercendo triplas jornadas. Sendo assim, é necessário assegurar melhores condições às trabalhadoras”, disse.
Segundo ele, os patrões se recusam a conceder mais um domingo de folga às mulheres, contrariando o entendimento do Supremo Tribunal Federal. O artigo 386 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) assegura o direito a duas folgas por mês, com base na norma protetiva dos direitos fundamentais sociais das mulheres.
Eusébio Neto pediu aos dirigentes que se engajem na luta para reduzir a jornada de trabalho, com o fim da escala 6 × 1, que afeta diretamente os trabalhadores dos postos de combustíveis e das lojas de conveniência. A proposta que ganhou força nas redes sociais é uma reivindicação antiga do movimento sindical. Ele afirmou que a escala é escravagista porque impede que o trabalhador tenha direito ao lazer e ao convívio com a família.
NEGOCIAÇÃO
Os dirigentes dos sindicatos da categoria relataram que enfrentam dificuldades para avançar com as conquistas e fechar as negociações salariais em todo o país. Eusébio Neto frisou que a justiça é um grande entrave para os trabalhadores, que sofrem com decisões que precarizam ainda mais a mão de obra.
Apesar da luta dos dirigentes para assegurar os direitos dos frentistas, em diversos processos, as decisões são contrárias aos trabalhadores. Eusébio destacou que os sindicatos dos frentistas são os que mais interagem com a categoria, através do trabalho de base em todo o país.
“O patronal não respeita os trabalhadores. Nós sabemos o quanto a nossa categoria é explorada, por isso, o lugar do dirigente é o da luta e ao lado do trabalhador”, disse.
MULHERES
Eusébio Neto disse que as mulheres dirigentes sindicais têm muito a contribuir para a categoria. Segundo ele, não basta apenas dar espaço para as mulheres nos sindicatos, é preciso dar voz e fazer com que as ideias das dirigentes sejam colocadas em prática.
A secretária da mulher da Federação, Telma Cardia, disse que é preciso união para que a luta em favor das mulheres seja bem-sucedida. Ela denunciou que as mulheres da categoria são ameaçadas de demissão quando engravidam, uma vez que as empresas são obrigadas a afastar as trabalhadoras da bomba de abastecimento.
Eusébio Neto disse que, apesar de a federação ter mais de 30 anos, ainda é preciso muito trabalho para consolidar e estruturar a categoria, uma vez que ainda existem bases desorganizadas.
Por Estefania de Castro