As múltiplas crises que assolam o mundo estão ameaçando avanços conquistados pelas mulheres nos últimos 30 anos, desde a Declaração de Pequim, considerada a agenda mais abrangente e visionária de igualdade de gênero já aprovada em âmbito internacional.
No marco do 30º aniversário desta importante plataforma de ação, a ONU Mulheres afirma que guerras e outras formas de crise se intensificaram, com aumento de 50% na quantidade de mulheres vivendo em estreita proximidade com conflitos.
Além disso, a emergência climática continua crescendo, com 54% dos países afirmando que essa é uma barreira para o progresso.
A ONU Mulheres adiciona que a polarização política é outro fator preocupante que torna o risco de retrocessos em igualdade de gênero cada vez mais elevado.
O relatório Direitos das Mulheres em Revisão 30 Anos Depois de Pequim, publicado nesta quinta-feira, mostra que, em 2024, quase um quarto dos governos avaliados relatou retrocessos nos direitos das mulheres.
Isso inclui ameaças crescentes, níveis mais altos de discriminação, proteções legais mais fracas e menos financiamento para programas e instituições que apoiam e protegem as mulheres.
PROGRESSOS
O levantamento se baseia em informações fornecidas por 159 governos ao secretário-geral das Nações Unidas.
Em relação a progressos, o documento ressalta que a paridade foi alcançada na educação e a mortalidade materna caiu em um terço.
A representação das mulheres nos Parlamentos mais do que dobrou e os países continuam a remover leis discriminatórias, com 1.531 reformas legais entre 1995 e 2024 em 189 países e territórios.
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