O governo Bolsonaro até tentou esconder, mas mentira tem perna curta. Ao contrário do que se diz, a reforma da Previdência, prevista para ser votada em primeiro turno no Senado nesta quarta-feira (25/09), sacrifica os mais pobres, entrega as aposentadorias mais bem remuneradas aos bancos privados e quebra os municípios pequenos, que têm a economia sustentada pelos benefícios previdenciários.
Segundo reportagem publicada pela Carta Capital, o governo argumenta que o fim da aposentadoria por tempo de contribuição acaba com o privilégio de trabalhadores com salários mais elevados e com estabilidade. Pura balela. Pela regra atual, a aposentadoria por tempo de contribuição, além de combater a desigualdade social, gera superávit à Previdência Social. A informação vem de pesquisadores da Unicamp.
Por meio de nota técnica, o grupo, que tem ainda especialistas da USP, denuncia que os cálculos oficiais da Secretaria de Previdência, obtidos graças a Lei de Acesso à Informação, “têm indícios de falsificação e/ou incompetência. Os cálculos inflam o custo fiscal das aposentadorias atuais para justificar a reforma e exageram a economia fiscal e o impacto positivo da Nova Previdência sobre a desigualdade”.
Outros equívocos são apontados. O governo infla, por exemplo, o déficit da aposentadoria por idade mínima ao superestimar a aposentadoria (ao tomar o pico e não a média dos salários) e subestimar as contribuições do empregado e, principalmente, do empregador. Também troca a simulação de uma aposentadoria por tempo de contribuição por uma por idade mínima.
*Via CTB*