A alta do gás de cozinha já passa do dobro da inflação geral e lidera a lista de despesas com habitação nos últimos 12 meses. O gás encanado subiu 26,29%, e o gás de botijão, 21,82%. A inflação do período foi de 10,07%.
O preço do gás depende de fatores como a cotação internacional do petróleo, os juros federais e estaduais e o lucro das distribuidoras. Segundo Carla Beni Menezes de Aguiar, professora de economia dos MBAs da FGV (Fundação Getulio Vargas), o fator mais importante para a inflação do gás de cozinha foi o preço internacional.
Apesar da maior parte do gás consumido no Brasil ser produzido pela Petrobras, o governo brasileiro adota a política de paridade de importação para todos os combustíveis. A partir dessa política, o preço dos combustíveis no Brasil, inclusive do gás, passa a acompanhar o valor internacional do petróleo.
Segundo a economista da FGV, é difícil precisar o que acontecerá nos próximos meses. O cenário internacional é de deflação e se essa tendência permanecer, o preço do gás no Brasil também tende a diminuir.
Luiz Paulo Souza, Folha de São Paulo