Como parte da estratégia para aumentar sua autoafirmação, o presidente voltou a envergonhar o povo brasileiro com discursos patéticos no aniversário do bicentenário da Independência— onde se falou todo tipo de bobagem, menos sobre o fato histórico. Amante das expressões chulas, Bolsonaro expurgou do inconsciente o seu desejo incontido de ser ‘Imbrochável’. Menosprezou as mulheres ao tratá-las como objeto ao citar que a felicidade do homem está atrelada ao casamento com uma princesa.
O circo constantemente armado em suas aparições públicas funciona como cortina de fumaça para tirar o foco da situação econômica do país. De acordo com Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), divulgado na última quinta-feira (8), o Brasil caiu três posições no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que avalia a qualidade da educação, saúde e renda de um povo. O país ocupa agora a 87ª posição, ficando atrás dos nossos vizinhos: Chile, em 42º; Argentina, em 47º; Uruguai está em 58º e Peru em 84º. A qualidade de vida do brasileiro caiu muito desde o golpe de 2016, a cada ano o país perde posições no ranking de IDH da ONU.
O desemprego e os baixos salários contribuem para esse desempenho negativo do IDH. A geração de 1,5 milhão de empregos com carteira assinada, nos primeiros sete meses do ano, é pífia ante aos mais de 39 milhões de trabalhadores informais. Sem falar nos baixos salários, 38% dos trabalhadores ganham até um salário mínimo.
Esse desgoverno acabou com o aumento real do salário mínimo e empurrou muitos trabalhadores para a miséria. Pelo menos 15 multinacionais de diversos setores deixaram o Brasil no governo Bolsonaro. De acordo com o Ministério da Economia, mais de 600 mil empresas fecharam, entre maio e agosto deste ano. O grau de insegurança para os investidores aumenta a cada palhaçada no picadeiro.
Bolsonaro usou descaradamente a máquina administrativa para impulsionar a sua campanha. Tanto em Brasília, quanto no Rio de Janeiro, falou para seus apoiadores em carro de som e transformou o Dia da Independência em comício. O Tribunal Superior Eleitoral apura eventual crime eleitoral de Bolsonaro nos eventos. Faltando 20 dias para o 1º turno das eleições presidenciais, Bolsonaro que já disse ser ‘imbrochável, imorrível e incomível poderia se tornar, de uma vez por todas, inelegível.
Eusébio Pinto Neto
Presidente do SINPOSPETRO-RJ e da FENEPOSPETRO