A escravidão moderna cresceu no mundo nos últimos anos, estimulada por crises como a pandemia, os conflitos armados e as mudanças climáticas, e atingiu 50 milhões de pessoas em 2021, informou a ONU nesta segunda-feira (12). Mulheres, meninas e imigrantes são os grupos mais afetados.
Mais da metade desse total (28 milhões) é de pessoas forçadas a trabalhar contra sua vontade, e o restante (22 milhões), daqueles obrigadas a se casarem, de acordo com o relatório publicado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM) junto com a ONG Walk Free Foundation.
Os dois casos se enquadram na definição da OIT de escravidão moderna, pois envolvem pessoas que “não podem recusar ou não podem sair devido a ameaças, violência, engano, abuso de poder ou outras formas de coerção”.
Segundo o relatório, mais da metade do trabalho forçado nos últimos anos ocorreu em países de renda média alta ou alta, com migrantes ao menos três vezes mais propensos a serem recrutados para esse tipo de exploração.
A maioria dos casos de trabalho forçado –86%– aconteceu no setor privado, em indústrias e nas áreas de construção, agricultura e trabalho doméstico. Estima-se que milhões de pessoas, principalmente mulheres e meninas, também estejam presas à exploração sexual.
Folha de São Paulo