Dia do Frentista será marcado por luta e resistência

O nosso trabalho movimenta o país e faz circular pelas estradas, o povo brasileiro, os bens produzidos e as riquezas da nação. Somos trabalhadores essenciais, mas não recebemos a mesma atenção e o cuidado que dedicamos aos nossos clientes. Na próxima segunda-feira (17), se comemora o Dia do Frentista, em todo o Estado do Rio de Janeiro. Apesar da data, não temos muito para celebrar.

Nos últimos quatro anos, a categoria tem sido covardemente atacada por grupos econômicos, que tentam derrubar no Congresso Nacional a Lei 9.956/ 2000, que proíbe bombas de autosserviço em postos de combustíveis de todo país. Só no Rio de Janeiro, somos 35 mil trabalhadores. Somos resistência, por isso vamos lutar para defender os nossos empregos e garantir o sustento de nossas famílias.

O frentista que é amigo do cliente, e que alavanca as vendas no posto, é o mesmo que trabalha exposto a produtos tóxicos, inflamáveis, à violência, sob sol e chuva todos os dias, com apenas uma folga na semana. Exigimos e merecemos respeito! A nossa categoria é centenária, e, mesmo assim, estamos longe de sermos reconhecidos pela nossa importância para a sociedade.

Pagamos com a vida a nossa dedicação ao trabalho. Nos últimos três meses, perdemos três companheiros em acidentes de trabalho, dois tinham menos de 25 anos. Acidentes graves que poderiam ter sido evitados. O vigia Zaluando Nobre Pereira, 24 anos, morreu ao cair do caminhão tanque; Alyf Santana, de 21 anos, não resistiu aos ferimentos provocados pela explosão de um cilindro de GNV e José Belízio da Silva, de 58 anos, faleceu ao ser atropelado por uma cliente. Os acidentes chocam pela letalidade e chamam a atenção pelos riscos aos quais os trabalhadores estão submetidos. Fica aqui, a nossa homenagem aos companheiros que morreram no exercício da profissão.

O sindicato luta, desde a sua fundação em 2005, por melhores salários para a categoria. Salários que correspondam aos riscos aos quais os trabalhadores estão expostos. O Dia do Frentista precisa ser de reflexão para os trabalhadores de postos de combustíveis. Temos muitos desafios pela frente e precisamos unir forças para vencer os embates.

Mesmo com as dificuldades, impostas com a perda de direitos trabalhistas, o sindicato luta para transformar O DIA DO FRENTISTA em repouso remunerado. Assim como os frentistas, os trabalhadores do comércio e da construção civil, também celebram seus feriados na terceira segunda-feira de outubro. Comida e remédio são essenciais, no entanto, as empresas respeitam o feriado dos comerciários e fecham as portas neste dia. As construtoras também paralisam as obras. Estamos reivindicando apenas um descanso remunerado no ano para a nossa categoria, que trabalha 365 dias sem parar, seja Natal, feriado ou fim de semana. Um dia sem trabalhar é pouco por tudo que fazemos pelas empresas e pelo nosso país. Reivindicamos apenas um dia, para nos sentirmos valorizados, homenageados e, principalmente, respeitados.

Diretoria do SINPOSPETRO-RJ