Como desgraça pouca é bobagem, o ministro da Economia Paulo Guedes, que deve continuar na pasta caso Jair Bolsonaro (PP) seja reeleito, quer acabar com os descontos de gastos com saúde e educação no Imposto de Renda.
A tática atinge em cheio a classe média brasileira, um dos setores que mais tem sentido o impacto da perda de poder de compra nos últimos anos.
O plano de Guedes foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo. O documento de dez páginas foi elaborado pela equipe do ministro logo após o primeiro turno e é parte da estratégia de taxar a classe média para garantir minimamente benefícios prometidos por Bolsonaro durante a campanha.
Sem as deduções, conforme aponta o relatório, o governo arrecadaria um montante de aproximadamente R$ 30 bilhões, sendo R$ 24,5 bilhões das despesas médicas e R$ 5 bilhões dos custos com educação, dinheiro que seria usado para pagar as promessas do governo para reeleição.
Bolsonaro tem prometido manter o Auxílio Brasil em R$ 600, pagar um 13º salário para as mulheres que recebem o benefício e ajustar a faixa de correção da tabela do IR. Tudo isso sairia pelo custo de R$ 86 bilhões, dinheiro indisponível na União se levadas em conta as regras do teto de gastos.
Questionado, Guedes negou conhecer o documento revelado pelo Estadão e classificou a medida como “descabida de fundamento”. Depois, ele disse que o documento vazou por ação de “petistas dentro do Ministério”.
PIX E NOVA CPMF
Recentemente também veio à tona a intenção do ministro de taxar o PIX, sistema de pagamentos popular justamente por não cobrar transações financeiras.
Em 2020, o ministro disse que ia deixar o tema de lado para não afetar as eleições, como informou a CNN.
Vanessa Martina e Guilherme Ribeiro, Reprodução Portal UOL