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Sindicato prevê que 50% dos postos do Rio ficarão sem combustível nesta quinta

  • Postado por: Marcela Canero
  • Categoria: Notícias

Fetranspor prevê até 70% da frota de ônibus afetada na quinta, e BRT vai operar com 50% da frota. Santos Dumont também pode ser afetado. Quarta-feira foi de filas em postos de gasolina, que abasteceram até ônibus e veículos da Comlurb.

O sindicato do comércio varejista de combustíveis do Rio de Janeiro prevê que 50% dos postos da capital fluminense ficarão totalmente sem combustível para venda nesta quinta-feira (24). O motivo é a paralisação de caminhoneiros desde segunda (21) em todo o país, em protesto contra a disparada do preço do óleo diesel.

Com estradas bloqueadas e caminhões parados, a distribuição de alimentos, combustível e outros produtos é afetada. Filas têm se formado em postos por toda a cidade. Em alguns, os motoristas só encontraram gasolina aditiva: a comum e o álcool já estavam em falta.

Ônibus e BRT
Como os estoques das garagens das empresas de ônibus também foram afetados, linhas reduziram a operação. No fim da tarde, a frota da cidade operava com 72% da capacidade, como informou o blog do Edimilson Ávila. A Prefeitura do Rio recomendou que a volta para casa fosse feita por metrô, trem e VLT.

De acordo com a federação das empresas de ônibus, a Fetranspor, o cenário para quinta-feira será agravado caso o abastecimento não seja normalizado. A retenção nas garagens deve ser de um número maior de ônibus, podendo atingir até 70% da frota.

Ainda de acordo com a Fetranspor, o consumo de óleo diesel chega a 2 milhões de litros por dia em todo o Estado.

O BRT Rio informou que vai operar com só 50% da frota. Nesta quarta, não houve alteração nos corredores.

Nesta quarta, um coletivo usou um posto de gasolina no Grajaú para abastecer. Em outro posto, na Ilha do Governador, veículos da Comlurb fizeram fila para encherem os tanques.

Ainda de acordo com o sindicato, cerca de 25% a 30% dos postos já estavam sem combustíveis na tarde desta terça. A situação mais crítica foi na Zona Sul do Rio, única região com restrição de horário de distribuição, entre 21h e 6h da manhã. O último abastecimento recebido pelos postos da região foi na noite de sábado (19).

O fornecimento está prejudicado desde as 10h de segunda-feira, por conta da paralisação dos caminhoneiros, que neste momento já afeta pelo menos 21 estados, incluindo o Rio de Janeiro, e o Distrito Federal.

Santos Dumont: combustível até quinta

O Aeroporto Santos Dumont tem combustível para abastecer aeronaves apenas até esta quinta-feira (24). Caso não seja reabastecido, o que não vem ocorrendo com a mobilização dos caminhoneiros, existe o risco de que o aeroporto feche para pousos e decolagens.

A informação consta do relatório do Núcleo de Acompanhamento e Gestão Operacional (Nago), divulgado em Brasília.

O Aeroporto Internacional do Galeão, por enquanto, não registra risco de desabastecimento, já que o combustível chega por dutos. Ainda assim, agentes da Infraero já constataram que os caminhões internos que abastecem os aviões na pista estão ficando sem diesel.

Prateleiras afetadas – O abastecimento de alimentos também foi afetado, assim como os preços dos produtos. Segundo comerciantes, o problema mais grave é com as cargas de legumes e verduras, que já estão em falta tanto no varejo como no atacado.

Waldir de Lemos, presidente da Associação Comercial dos Produtores e Usuários da Ceasa-RJ (central de abastecimento) de Irajá, na Zona Norte, explicou que o saco de 50 quilos de batata, vendido geralmente a R$ 50, chegou a ser vendido por R$ 500.

Protestos pelo país – Pelo 3º dia seguido, caminhoneiros continuam protestando em rodovias federais e estaduais, além de vias importantes em 23 estados do país mais o Distrito Federal. Alguns atos ocorrem diante de refinarias, impedindo a saída de caminhões-tanque.

Os caminhoneiros protestam contra a disparada do preço do diesel que faz parte da política de preços da Petrobras, em vigor desde julho.

Entretanto, a Petrobras anunciou nesta quarta que o preço do diesel deve cair 1,54% nas refinarias. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, do Gás Natural e dos Biocombustíveis (ANP), o preço médio do diesel nas bombas já acumula alta de cerca de 8% no ano. O valor está acima da inflação acumulada no ano, de 0,92%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (via O Globo)