Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro pediu à Justiça fluminense o fim da Fetranspor, instituição formada por dez sindicatos de empresas de ônibus que respondem por 80% do transporte público do estado.
A ação civil movida pelo MP também pede o bloqueio de R$60 milhões da federação e a nomeação de um interventor para esclarecer a situação das contas do transporte público do Rio.
O objetivo é acessar o sistema de bilhetagem eletrônica, o valor que resta dos bilhetes, as rotas dos ônibus, número de passageiros e gratuidades para que seja possível um cálculo justo do preço das passagens.
A ação teve como base a delação premiada do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado, Jonas Lopes, e do filho dele, Jonas Lopes de Carvalho Neto. Os dois teriam recebido da Fetranspor uma propina mensal no valor de 70 mil reais cada entre os anos de 2015 e 2016.
O dinheiro seria pago pela federação e por empresários de ônibus investigados na Lava Jato para ignorar as irregularidades no sistema de transporte.
Depois de uma auditoria, o MP pede a dissolução da organização e sugere a criação de outra empresa que possa prestar informações mais claras, precisas e seguras ao poder público e ao cidadão.
Para o procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, a ação civil é emblemática porque é a primeria a propor o fim da empresa e é necessária para o combate à corrupção.
“Isso é fundamental, é mais do que chegada a hora que todos tenhamos conhecimento real do que integra o preço da bilhetagem. Essa ação civil ela é emblemática e é muito importante porque essa é uma ação proposta contra a pessoa jurídica, então a ideia é a dissolução. A fetranspor, durante anos, foi um dos grandes pilares da corrupção no nosso estado e nós precisamos combater esse pilar de corrupção”, afirmou o procurador. (via G1)