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PMERJ aterroriza Câmara dos Vereadores e desconto de aposentados é aprovado na “porrada”

  • Postado por: Marcela Canero
  • Categoria: Notícias

Esta terça-feira (26) entrará para a história como um dia de grande ruptura institucional na cidade do Rio de Janeiro. Na pauta do dia, a votação do PL 855/2018 que tratava da taxação de inativos (aposentados e pensionistas) em 11%. Apesar de ser 11 e não 10, ficou claro que a postura do prefeito ao propor tal medida era impor aos aposentados um “dízimo” compulsório, afim de penalizar ainda mais uma população que vê o custo de vida na cidade subir vertiginosamente – com direito a aumentos no IPTU e nas tarifas tornarem a permanência na cidade proibitiva para a grande maioria de trabalhadores e aposentados.

Tal votação já seria um absoluto escárnio para com a população por si só, porém o desejo por submissão ultrapassou todos os limites: a PMERJ (de competência ESTADUAL) deu o ar de sua (des)graça invadindo a casa legislativa municipal e mantendo um clima de agressões físicas constantes a servidores e aposentados que se encontravam na praça em frente à Câmara de Vereadores.

Vereadores de oposição objetaram imediatamente da presença truculenta da polícia militar na casa legislativa e, segundo relatos de alguns vereadores (vídeo), ameaças foram proferidas contra os mesmos. Dentre os parlamentares de oposição, o vereador Leonel Brizola (PSOL-RJ) foi um que se destacou ocupando a mesa diretora para obstruir os trabalhos em protesto contra as violências cometidas contra a casa legislativa e os aposentados da cidade enquanto outros parlamentares tentavam evitar que a catástrofe se consumasse.

Na parte externa, ataques eram dirigidos à população por meio de spray de pimenta, bombas de gás lacrimogêneo e disparos de elastômero a curta distância – ferindo inclusive 2 servidoras, uma pouco acima do olho e outra na perna, sendo que a mesma foi encaminhada em um taxi para o hospital mais próximo onde o projétil foi removido em cirurgia. Uma viatura da Polícia militar que se encontrava no local negou socorro à servidora ferida saindo em velocidade para não prestar atendimento. Um servidor da educação foi detido e encaminhado para dentro da casa legislativa enquanto outros policiais dispersavam a multidão de servidores e idosos com ataques sistemáticos em intervalos de tempo cada vez menores, em clara tentativa de esvaziar o entorno da câmara para a votação do “dízimo” compulsório.

Em conversa posterior com parlamentares, os relatos foram assustadores. Além de ofensas e ameaças vazias, houve relatos de ameaças diretas proferidas por policiais e por pessoas publicamente conhecidas por ligações com o crime organizado dentro da casa legislativa. A votação ocorreu sob clima de uma casa legislativa sitiada por homens fortemente armados e criminosos, enquanto os vereadores a serviço do “bispo prefeito” zombavam e ridicularizavam os servidores e a população.

É esse o Rio que queremos?

Fonte: TRIBUNA DA IMPRENSA SINDICAL – por Roger Mcnaught.