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5 motivos para dizer não ao self service nos postos de combustíveis

  • Postado por: Marcela Canero
  • Categoria: Notícias

Em resposta à crise do abastecimento gerada pela recente greve dos caminhoneiros, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) divulgou uma série de propostas para reduzir o valor dos combustíveis no país. Dentre as sugestões, que envolvem medidas regulatórias, tributárias e gerais, a entidade propôs o fim da proibição do autoatendimento, ou self service, nos postos de combustíveis.

Dessa forma, a adoção do procedimento voltou para o centro do debate público — colocando em risco a sobrevivência do setor. Atualmente no país todos os postos são obrigados a operar com frentistas. A possibilidade do fim da proibição preocupa sindicatos, especialistas e trabalhadores. Por isso, neste texto, listamos cinco motivos para dizer não à medida.

1. Demissão em massa no setor

A proposta do Cade sobre o fim da proibição do self service pode resultar em demissão massiva dos trabalhadores e trabalhadoras de postos de combustíveis. A medida coloca em risco uma categoria composta por 500 mil trabalhadores em todo o país de acordo com estimativa da Federação Nacional dos Empregados em Posto de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo (FENEPOSPETRO).

Atualmente no Brasil a profissão do frentista é protegida pela Lei 9.956/2000, que proíbe em todo o território nacional o funcionamento de bombas operadas pelo próprio consumidor. Essa lei garante milhares de empregos no país.

2. Riscos ao consumidor

Sem a figura do frentista, o manuseio da bomba será de responsabilidade do próprio consumidor. Entretanto, o contato direto com combustíveis se configura como atividade de alto risco, que só deve ser executada por profissionais treinados e qualificados. Além de inflamável, a gasolina contém benzeno, tolueno e xileno — substâncias nocivas à saúde humana.

Por isso, o Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado do Rio de Janeiro (SINPOSPETRO-RJ), a FENEPOSPETRO e seus sindicatos promovem constantes campanhas e atividades com intuito de esclarecer aos frentistas como devem proceder na operação da máquina e no ofício como um todo. Especialistas apontam que são imensuráveis os riscos que o consumidor estará exposto ao manusear uma bomba.

3. Segurança do local

Imagine você sozinho, dirigindo a noite por uma rodovia deserta e seu carro começa a manifestar sinais estranhos. Onde procurar ajuda? Seja para acionar o seguro, buscar uma oficina, uma dica ou simplesmente esperar amanhecer, você certamente pensou em um posto, não é? Mas será seguro esse lugar sem a presença dos trabalhadores?

De acordo com Eusébio Luís Pinto Neto, presidente do SINPOSPETRO-RJ, os postos de combustíveis têm um papel importante na construção do Brasil. “Nós sabemos que existem cidades neste país que se formaram em torno de um posto de gasolina e em muitas rodovias é o único lugar que as pessoas têm para buscar auxílio”, destacou o presidente.

4. Aumento das filas

Outra alegação daqueles que defendem a implementação do autoatendimento nos postos de combustível é que a medida reduziria as eventuais filas para atendimento. Entretanto, para a presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes e de Lojas de Conveniência do Município do Rio de Janeiro (Sindcomb), Maria Aparecida Schneider, uma pessoa sem treinamento levará muito mais tempo para abastecer do que um profissional capacitado.

5. Comerciantes varejistas em risco

No Brasil, é proibido por lei que um posto de combustível pertença a uma distribuidora ou refinaria. Por isso, as grandes bandeiras firmam contrato de concessão com empresários que operam os postos. A proposta do Cade, no entanto, sinaliza a extinção do veto, aconselhando o governo a entregar esses postos às companhias. Essas, entretanto, sinalizaram falta de interesse na operação — a não ser que seja aprovado o self service.

São, portanto, as grandes distribuidoras as maiores beneficiadas. Nesse sentido, os operadores responsáveis pelos postos também estão em risco e por isso o SINPOSPETRO-RJ e o Sindcomb estão juntos na luta. “O interesse é comum, estamos juntos nessa batalha porque é a sobrevivência do setor que está em jogo”, afirmou o presidente do SINPOSPETRO- RJ.

Ainda para ele, a sindicalização é o caminho para o fortalecimento da categoria, a garantia de direitos e a união entre os trabalhadores. Por isso, associe-se já!

 

*Laura Alves, assessoria de imprensa SINPOSPETRO-RJ.