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“Lutar contra o self-service não é só preservar os empregos, retirá-los do posto é penalizar a sociedade” afirma Paulo Ramos

  • Postado por: Mylena Campos
  • Categoria: Sem categoria

O Sinpospetro-RJ entrevistou o deputado federal Paulo Ramos, um companheiro de lutas na defesa dos frentistas e do Brasil. Nessa conversa, o parlamentar falou de sua trajetória política, desde sua ação na clandestinidade durante a ditadura militar, passando por sua participação na Assembleia Nacional Constituinte de 1987, que discutiu e aprovou a Constituição Federal vigente. Ramos fez uma análise da conjuntura política e chamou atenção para as eleições gerais que se aproximam e falou do seu relacionamento e sua amizade com a categoria dos frentistas.

 

Deputado Paulo Ramos, pode falar da sua trajetória política?

Sou militante há muitos anos, fui oficial da Polícia Militar. Ingressei em março de 1964 na PM onde tive atuação na luta pelo estabelecimento pelo Estado Direito na clandestinidade. Sempre participei da luta de PMs e dos bombeiros e em 1986 fui eleito na Assembleia Constituinte. Fui eleito pelo PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), tive passagem pelo PMN (Partido da Mobilização Nacional) logo após o fim da Constituinte. Depois ingressei no PDT (Partido Democrático Trabalhista), fiquei no mandato seguinte no partido onde perdi a eleição em 94 e 98, 2002 e 2006, 2010. Saí do PDT, ingressei no PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) onde me elegi deputado estadual. Tive complicações na legenda e voltei ao PDT e conquistei esse terceiro mandato.

E sobre sua ação parlamentar?

Tenho um compromisso com a soberania nacional e mantenho minhas convicções. Tenho a honra de dizer como deputado constituinte que fui, integrando a Frente Nacional Nacionliasta, conseguimos o monopólio do petróleo, das telecomunicações entre outras e persevero até hoje. Sempre lutei contra as privatizações e continuo na mesma luta. Sou contra o desmonte da Petrobras, dos Correios e Telégrafos porque o Brasil perde a sua soberania. Estou contra a Emenda Constitucional 32, que desmonta o serviço público. Sempre defendi os servidores públicos. Recebi o prêmio de Constituinte Nota 10 por defender os direitos dos trabalhadores. 

Faria uma breve análise da importância dos próximos meses para mobilização dos trabalhadores?

Como deputado federal lutei muito contra normas que precarizam direitos, uma luta sem tréguas e pretendo continuar lutando. Vamos ter eleições gerais (em 2022) e sei que não é possível que prevaleça a satanização da política partidária. Vamos ter eleições para presidente, senador, eleição de governador, deputados federais e estaduais. E cada um faça sua avaliação no que é melhor para o país. Sou do PDT, o partido tem um candidato a presidente e ao governo do estado, avaliamos nossas candidaturas. Teremos candidato a senador, se por um lado não há coligação para deputado federal, para senador, governador os partidos podem se consolidar.

Após esse mandato (como deputado federal), inclui várias categorias profissionais no piso regional de salário. Vou ser candidato a deputado estadual de novo, tenho algumas indisposições em Brasília. Por razões diversas, vou voltar a concorrer a deputado estadual pelo PDT.

E sua ligação com os frentistas?

O Sinpospetro-RJ é um sindicato que atua com muita firmeza sob a liderança do presidente Eusébio. Homenageio a categoria por suas iniciativas. Eu atuei pelo piso regional dos salários. Em relação ao frentistas e em relação ao convívio e respeito do sindicato, apresentei vários projetos em defesa da categoria. E tenho lutado contra o autosserviço. 

Conversava com (presidente) Eusébio, quando se falava em“perguntar no Posto Ipiranga” era preciso falar que são os frentistas os responsáveis pela segurança dos postos isolados à noite, também quem socorre as pessoas em casos de acidente. Esse profissional dá informação turística e nem é pago por isso. (Lutar contra o self-service) não é só preservar os empregos dos frentistas porque retirá-lo do posto é penalizar a sociedade. O frentista tem um papel social extremamente relevante. A categoria não pode ser invisível, realizar tantas tarefas sem ser notada. É um relações públicas do posto, ele fideliza a clientela e é preciso enaltecer isso.