O Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil foi celebrado neste domingo (12), mas infelizmente no Brasil a exploração da mão de obra de crianças e adolescentes é uma realidade em todas as regiões. Levantamento da Fundação Abrinq mostra que o número de adolescentes de 14 a 17 anos que estão nesta condição cresceu. No último trimestre de 2021, quando foram produzidos os dados mais recentes, havia cerca 2,36 milhões de adolescentes de 14 a 17 anos trabalhando ou procurando emprego. Desses, 1,2 milhão de jovens estavam em situação de trabalho infantil — ou seja, em ocupações em desacordo com a legislação brasileira. Com isso, são 317.385 a mais do que o registrado no mesmo período de 2020.
O número de pessoas que passam fome no Brasil chega a 33,1 milhões, segundo pesquisa lançada nesta semana pela Rede Penssan. Além disso, 125,2 milhões de pessoas vivem preocupadas com a possibilidade de não ter comida no futuro.
— É a falta de renda que empurra esses adolescentes para esse caminho. O trabalho infantil até os 13, 14 anos é mais no campo. Na agricultura e pequenas criações. Depois é mais urbano. São meninos de baixa renda que estão na construção civil, lavando carros — diz Victor Graça, gerente executivo da Fundação Abrinq.
A idade mínima para trabalhar no Brasil é 16 anos. Mesmo assim, há uma série de restrições. Uma das barreiras é a carga horária de 44 horas semanais. Entre 14 e 15 anos, o jovem só pode ser ocupado na condição de aprendiz.
Jornal Extra