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Nosso Expediente

Todas as cores

  • Postado por: Estefania de Castro
  • Categoria: Editorial do Presidente, Sem categoria

Ser mulher é enfrentar um desafio diferente todos os dias. É superar barreiras, muitas vezes, invisíveis. Apesar de serem a maioria no Brasil, as mulheres ainda têm um longo caminho a percorrer para conquistar igualdade de direitos e respeito. A palavra mundo é masculina, assim como as ideias disseminadas na população. Para ter espaço de fala, as mulheres precisam vencer obstáculos impostos pela sociedade. Talvez você já tenha escutado por aí que isso acontece porque somos minoria, o que é uma mentira em vários aspectos. Por razões sociais, raciais e de gênero, as mulheres são minorias em espaços delimitados pelo machismo estrutural que ainda hoje é uma verdadeira epidemia em nossa sociedade.

A mulher é agredida porque é mulher. É uma forma de diminuir e de inibir a sua força. O Brasil está entre os países da América Latina mais perigosos para ser do sexo feminino – ou para ter uma vivência feminina, melhor dizendo. Mesmo com a Lei Maria da Penha, que cria mecanismos para coibir a violência contra a mulher, no ano passado 18,6 milhões de mulheres, sofreram algum tipo de ataque físico, sexual ou psicológico, isso representa uma média de 50 mil casos por dia. Não podemos nos calar, temos que nos unir e criar uma rede de proteção para acolher as vítimas e denunciar os agressores.

A Lei do Feminicídio, de 2015, que estabelece pena maior quando o homicídio é cometido contra uma mulher, também não inibiu os assassinos. Ao menos uma mulher foi assassinada por dia em 2022. A maior parte dos registros tem como autor do crime companheiros e ex-companheiros das vítimas.

Quase metade dos lares brasileiros são comandados por mulheres, que encaram as dificuldades da dupla jornada e sofrem com a discriminação no mercado de trabalho. Apesar de mais preparadas que os homens — as mulheres são maioria nas universidades, também, são as que mais leem — elas ganham menos.

Felizmente, nós, frentistas, temos o mesmo piso salarial que os homens. Essa é uma conquista dos sindicatos da categoria que realizaram um movimento amplo no país. Ainda temos muitos obstáculos para superar. Lutamos contra a objetificação feminina. A mulher não pode ser exposta no posto de combustível para atrair clientes. Somos guardiães da vida e pagamos um preço alto por isso. A mulher é penalizada na fila do emprego, simplesmente porque engravida.

O planeta ainda tem muito para aprender com as mulheres. A nossa força cresce a cada batalha vencida. Somos luz, somos todas as cores. Um arco-íris de energia que brilha a cada amanhecer. Parabéns às trabalhadoras guerreiras da nossa categoria pelo Dia Internacional da Mulher.

Aparecida Evaristo
Vice-presidente do SINPOSPETRO-RJ