Até março, os gastos domésticos subiram mais do que a renda dos brasileiros. Com o orçamento mais apertado, os consumidores têm comprado menos produtos e dado preferência a mercadorias mais baratas, sem se ater a marcas ou lojistas.
Esse cenário contribuiu para que itens de supermercados entrassem para a lista de indulgências. Também fez com que cerca de um terço das pessoas precisasse recorrer às suas economias para encerrar o mês no azul. As conclusões são do novo relatório ‘O consumidor brasileiro de hoje’, elaborado pela consultoria McKinsey e obtido com exclusividade pelo Valor. Ao todo, foram ouvidos 1 mil consumidores de todo o país.
Cerca de 41% dos respondentes das classes A e B1 reportaram aumento da renda familiar nos últimos três meses, enquanto 63% apontaram avanço nos gastos domésticos. Já 33% das pessoas das faixas B2 a C1 enriqueceram no mesmo período, mas 57% citaram alta nas despesas. A situação é mais delicada entre a população C2, D e E. Apenas 16% tiveram incremento de renda, mas 49% viram as contas ficarem mais caras.
Ainda assim, 29% dos consumidores têm lançado mão de suas economias para cobrir suas despesas essenciais. Além disso, todas as faixas de renda têm usado o cartão de crédito com mais frequência para esticar o prazo de pagamento.
Valor Econômico