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Covid-19 não perdoa nos postos do Rio

  • Postado por: Rafael Rodrigues
  • Categoria: Notícias

Ainda não há levantamento confiável sobre o impacto da covid-19 nos trabalhadores dos postos de abastecimento e lojas de conveniência do Rio de Janeiro (como tenta fazer a Fiocruz – clique aqui para saber mais). Mas a julgar pelas informações recebidas, nos últimos dias, pelo Sindicato dos Frentistas do Rio (Sinpospetro-RJ), o coronavírus já fez inúmeras vítimas na categoria.

 

Nas pistas, junto com as muitas histórias de frentistas que ficaram doentes, mas conseguiram se recuperar, nossas equipes de base têm ouvido muitos relatos de colegas e também de patrões que não resistiram à doença. 

 

Uma situação em especial, que aconteceu em um posto em Cascadura, na Zona Norte do Rio, chocou a todos. Na semana passada, contraíram a covid-19 tanto um dos sócios do posto, dono de outros negócios na região, quanto um trabalhador informal, morador de rua, que vinha trabalhando e dormindo no depósito de água do comerciante, ali por perto. 

 

No final de semana, os dois pioraram. O patrão, a quem estimamos melhoras, segue internado em estado grave na UTI de um hospital particular. Já o trabalhador, após ser atendido na UPA e diagnosticado com pneumonia, foi mandado de volta para “casa”. 

 

Na madrugada de domingo para segunda-feira, passando mal, o trabalhador foi ao posto em busca de ajuda. Os frentistas chamaram o SAMU, mas não deu tempo da ambulância chegar e ele morreu no local. Passadas quase 48 horas, no início da manhã desta terça-feira (15/12), o rabecão ainda não tinha passado para buscá-lo. Coberto apenas por um lençol e isolado por duas lixeiras do posto, o corpo de WPS aguarda, no mesmo lugar, o socorro do Estado.

 

“Ele não era frentista, mas a gente vem sempre a esse posto e já tinha visto ele por aqui, ajudando. Provavelmente pegou a doença do patrão, ou vice-versa. Estamos muito abaladas. É muito triste chegar para trabalhar e dar de cara com uma situação assim. Os frentistas precisam tomar mais cuidado, ter consciência do quanto estão expostos. O coronavírus não está de brincadeira, está muito real, está acontecendo muito e não tem mais vagas nos hospitais”, alerta a assessora do Sinpospetro-RJ Amanda Pimenta. 

 

Prioridade na vacina – “Obrigados a se expor à contaminação diariamente, porque somos essenciais para a economia do país, os frentistas tem que redobrar os cuidados para não se contaminar e nem transmitir a doença aos clientes, colegas e familiares. O Sindicato também vai cobrar das autoridades que os frentistas estejam no grupo prioritário para receber as vacinas. Nada mais justo”, acrescenta o presidente do Sinpospetro-RJ, Eusébio Pinto Neto.